Tuesday, October 2, 2007

Brasil de Compromisso

O descobrimento do Brasil marcou o início de um período de domínio bastante claro das minorias. Em primeiro lugar vieram os portugueses e a submissão dos povos indígenas. Em seguida, em um movimento puramente cosmético, obtivemos nossa independência. Algum tempo depois, tínhamos a república.

Apesar de obtidas com facilidade, essas mudanças só foram possíveis graças a um fator comum: a existência de uma elite coesa com poderes suficientes para dominar todo o território nacional. Foram os portugueses, as elites luso-brasileiras, os barões do café. Somente no período seguinte, no Estado Novo, essa equação se desfaz.

Nos anos de Vargas, inexistia no país uma elite econômica ou política, com objetivos congruentes, capaz de manter a unidade e governabilidade em todo o território. Com a derrocada dos preços do café, principalmente após o crack de 1929, vários grupos se organizavam na tentativa de alcançar o poder: as elites agrárias da situação e oposição na República Velha, a nascente burguesia industrial, a classe média e urbana, os operários e os militares.

Esses, dada a sua organização, hierarquia e presença nacional, foram fundamentais para a revolução. Mas não suficientes! Os demais grupos forçaram um estado de compromisso, no qual Vargas tornava-se, habilmente, a figura de unidade. Surgia o populismo com culto à figura do ditador e com crescente participação das massas (pela primeira levada ao primeiro plano da política). Nascia um novo Brasil. Um brasil órfão, com uma elite difusa. Até quando?

Carpe Diem,