Saturday, October 10, 2009

A era do to me achando

A era do tô me achando

Extraído na Integra de: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/084/grandes_temas/conteudo_503318.shtml

Por que necessitamos cada vez mais da aprovação, do amor, da admiração e (até) da inveja dos outros? Entenda como funcionam os mecanismos da vaidade – e saiba como se imunizar para não ficar se achando a última bolacha do pacote

texto Ronaldo Bressane fotos Claus Lehman

“Bacanas teus óculos”, falei. Leves, classudos, num tom esportivamente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima, tornavam misterioso o olhar do amigo, um jovem editor. Comentei que nunca o tinha visto de óculos. Ele devolveu: “Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista e ele me disse que precisava usar. Dois graus de miopia. Excesso de leitura. Fazer o quê...”, compungiu-se, o olhar vago, empurrando o par de lentes nariz acima com um charme intelectualmente sofrido. Mês depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista. Entre anedota e outra, ela me contou que um curioso cliente do pai havia pedido um modelo de óculos sem grau. É, era ele mesmo – o editor.

Vivemos tempos curiosos. A cada segundo, e através de todos os meios possíveis, somos expostos aos corpos mais perfeitos, às biografias mais irretocáveis, à pose generalizada de famosos e anônimos. Vaidade pura. Mas um momento: você já experimentou sair por aí todo mulambento, comparecer despenteado a uma entrevista de emprego, esconder de parentes e amigos aquele êxito nos estudos? Impossível, não? Porque, hoje, não ter vaidade – não ter o hábito de apregoar aos quatro cantos, reais e virtuais, o quanto você pode ser atraente, sensacional e único – parece ser um dos maiores pecados da nossa era, esse tempo em que todo mundo parece estar “se achando”.

Por isso, os óculos de araque do meu amigo. No meio altamente intelectualizado em que ele vive, circulando entre Festas Literárias de Paraty e debates seguidos de sessões de autógrafo nas livrarias mais chiques do eixo Rio-São Paulo, ostentar uma armação bacanuda é o equivalente, em termos culturais, às pernas muito bem torneadas – horas de academia – da mocinha da novela das 8. Ou seja: tudo é vaidade.

Vício letal? Parece fácil, mas vaidade, como parâmetro norteador desta época, é algo bastante volátil para definir. Vai longe o tempo em que ser vaidoso bastava para condenar um cidadão, ou editor, ao inferno. No início da cristandade, a vaidade, sob a alcunha de vanglória, foi pecado capital; por volta de 1500, integrou a lista na forma de orgulho ou soberba; ainda é a mais diabólica contravenção para os cristãos ortodoxos; segue relacionada à Prostituta da Babilônia no Apocalipse. Foi o que conduziu Lúcifer, mais belo dos anjos, do lado direito do Senhor aos portões do inferno, por rejeitar a imagem de Deus em benefício da própria. Vanitas vanitatum, omnia vanitatum, diz o Qohélet (Eclesiastes), sobre o sentido da vida – a tradução corrente é “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”, porém o poeta e tradutor Haroldo de Campos preferiu cercar a expressão “vacuidade” do hebraico ao termo “ilusão”. E, quando iniciamos o passeio pelo significado da palavra, este se adensa, ao mesmo tempo que esfumaça... Bem, estamos falando de aparências.

Pelo Dicionário Analógico da Língua Portuguesa de Francisco Ferreira dos Santos Azevedo, inexplicavelmente esgotado desde 1984, “vaidade” tem 71 substantivos afins, incluindo “ânsia incontida de despertar a admiração”, “parlapatonice”, “exibicionismo”, “pretensão”, “megalomania”, “egoísmo”, “inchaço” e, claro, “narcisismo”. (Um dicionário analógico não traz sinônimos, e sim conceitos dispersos pelo campo semântico das palavras; este do lendário Santos Azevedo, mestre de Sérgio Buarque de Holanda, estrutura-se em exatos mil verbetes, começando em “existência” e terminando em “templo”; “vaidade” está entre “ostentação” e “orgulho”.)

Meu sinônimo favorito, o que ajuda a iluminar nosso tempo, é “inchaço”. Até por causa da característica física da palavra – como se o vaidoso estivesse “cheio de si”. Mas que seria concretamente esse “si”? O ser ou o nada? Batom, botox ou fotos bacanas no Facebook? Sapatos Gucci, um iPod novo ou um belo currículo na Casa do Saber? O cabelo do Justus, a peruca da Dilma, os pneus de Ronaldo Fenômeno, o bigodão de José Sarney, o retrato de Dorian Gray? A obsessão pela juventude dos sessentões vampirescos atrás das menininhas, a susanavieirização do mulherio? A vaidade sempre seria ruim, ou poderia ser um componente positivo da competitividade, um estímulo caprichoso à autoafirmação? Ou seria mesmo um vício – e um vício letal, matando tanto anônimos que tentam ficar lindos na mesa da lipoaspiração quanto os Michael Jacksons que lutam pela glória através de remédios contra a dor de horas de torturantes exercícios físicos?

Narcisismo epidêmico Óbvio que, na sua ampla e incansável psiquiatrização do cotidiano, os norte-americanos já tratam a vaidade como patologia. Autora de Generation Me (“Geração eu”, sem edição brasileira), a psicóloga Jean Twenge crê que a autoconfiante geração nascida em 1980 – que passa horas lambendo as migalhas da própria existência entre o Facebook e o Myspace – é muito mais narcisista que as gerações anteriores.

Twenge trabalhou com o colega W. Keith Campbell no recém-lançado best-seller a analisar os miolos moles dos ianques: The Narcissism Epidemic (“O narcisismo epidêmico”, ainda sem edição brasileira). Para a dupla, a coisa ficou preta e o espelho trincou – e o resultado, ora vejam, é o bode expiatório da vez, a malfadada crise econômica. Parece meio infame, tanto quanto o transtorno obsessivo narcisista (leia na pág. 27). Mas faz sentido – sobretudo para a alma norte-americana, sempre tão disposta a diagnosticar- se e tratar-se e partir para o próximo transtorno como se não houvesse amanhã, caso a doença mexa no bolso. Em entrevista à revista de educação US World Report, Campbell afirma ter comparado as pesquisas com jovens entre narcisistas e obesos: “Os resultados foram bem semelhantes”, diz. Numa amostragem de 35 mil jovens, a dupla de psicólogos descobriu que 6% sofriam de transtorno obsessivo narcisista. Contudo, somente 3% das pessoas acima de 65 anos tinham esse transtorno. “Um dado a comprovar que estamos em uma epidemia fora de controle”, afi rma o psicólogo.
Ele enumera quatro causas: a educação dos pais, a cultura de celebridades, a mídia e o crédito barato. “Muitos pais tratam seus filhos como reis”, diz. “Reality shows são altamente narcisistas, e supõe-se que sejam a vida real; neles, subentendese que o narcisismo é algo normal.” Campbell é especialmente duro com a rede. “As pessoas nunca falam que leem Guerra e Paz, de Leon Tolstói, no Myspace. Em vez disso, colocam fotos sensuais, a coleção de amigos, as músicas legais. Para piorar, crédito barato faz com que os jovens gastem para se parecerem melhores do que realmente são. Têm coisas que não fizeram força nenhuma para pagar.” Claro que esse argumento financeiro tem muito a ver com a realidade americana, onde bolhas econômicas costumam ser uma rotina – mas, afinal, o mundo está cada vez mais parecido com os Estados Unidos.

Vaidosos Anônimos Provavelmente, a valorização do discurso da autoestima e a febre da autoajuda são culpadas dessa apoteose ao me-achismo. Porém, como depois da tempestade sempre vem a ambulância, conforme deduziria o pensador Vicente Matheus, imagino que daqui a alguns anos a loucura narcísica dará valor à autocasca-debanana, ao autofail: aprenderemos a puxar em público nosso próprio tapete. Como bem o faz esse grande vaidoso que é Woody Allen (vai dizer que deixar de ir receber um Oscar porque a data caía no mesmo dia em que ele toca com sua banda de jazz em um clubinho de Nova York não é o extremo da vaidade?). Esse culto desenfreado ao amor-próprio ainda vai produzir coisas estranhas... Em breve, abrirão inscrições para os Vaidosos Anônimos. Pode escrever.

Por enquanto, vamos vivendo a grande época da vaidade. A imodéstia saiu do armário e está toda serelepe: não à toa a burca foi proibida na França pelo presidente Nicolas Sarkozy (cuja soberba se estende dos saltos nos sapatos que o elevam à não menos digna de vaidade primeiradama Carla Bruni). Mas... não seria também a burca, ao esconder a figura feminina (ou os filhos do finado Michael Jackson), sinal de extrema vaidade? Não é cinismo: segundo o Islã, o véu torna as mulheres atraentes porque sutilmente apela à sua vaidade. Não importa quão feia ou velha seja a muçulmana: qualquer homem fica louco à mera visão de seus cabelos descobertos. Assim, sob seu modesto esconderijo, uma muçulmana é a mais desejável das criaturas. Já as pobres ocidentais, agindo livres, encontrando-se com homens em situações prosaicas, acabam, pela rotina, se tornando sem graça. A não ser que sejam jovens e belas, cairão fatalmente sob o olhar indiferente dos pares – deixarão de ser tratadas como objeto de mistério para virarem meros objetos sexuais. O que me faz pensar na pretensa vaidade de sujeitos como os escritores americanos Thomas Pynchon e JD Salinger, e os brasileiríssimos Rubem Fonseca e Dalton Trevisan, reclusos ou arredios assumidos. Fogem de entrevistas e retratos como Madonna das trevas do anonimato. Paradoxo de hoje: o véu que os cobre não os tornará bem mais valorizados?

Na outra ponta do estudo do narcisismo, o filósofo francês Gilles Lipovetsky faz uma abordagem ao mesmo tempo eufórica e catastrófica – espelho fiel do espírito da época, a que ele nomeia de forma eloquente, ao gosto dos franceses, como A Era do Vazio. O próprio texto de Lipovetsky é hiperbólico, afeito aos paradoxos, extremamente vaidoso, cioso de si. Mas delicioso, e crivado de teses brilhantes. Em O Império do Efêmero, Lipovetsky faz uma leitura bastante original da cultura contemporânea através da importância cada vez mais crescente da moda. Muito gaulesmente, diz que a moda – espe- cificamente a fl orescida em Paris – condensa na ideia de individualidade os ideais da Revolução: liberdade, igualdade, fraternidade.
Solidão em massa “A promoção das frivolidades só se pôde efetuar porque novas normas se impuseram, desqualificando o culto heroico de essência feudal e a moral cristã tradicional, que considera as frivolidades como signos do pecado do orgulho”, afirma Lipovetsky. “Da ideia de altivez relativa à dignificação das coisas terrestres saiu o culto moderno da moda, uma das manifestações (...) da humanização do sublime.” O filósofo não separa a moda – e, assim, o fascínio pelo Novo – da ideologia individualista, do culto ao bem-estar, aos gozos materiais, ao desejo de liberdade, à vontade de enfraquecer a autoridade e as coações morais, ao triunfo da ideologia do prazer.

No entanto, Lipovetsky lembra que a busca dos valores individuais traz um fenômeno ainda mais estranho que o estudado pelos senhores psicólogos acima: a “solidão em massa” refl etida no número cada vez maior de suicídios. “A era da moda consumada é inseparável da fratura na comunidade e do déficit de comunicação: as pessoas se queixam de não serem compreendidas ou ouvidas, de não saberem se exprimir” – uma festa de autistas que lembra um pouco uma rave impulsionada por ecstasy, ou uma sessão furibunda de Twitter movida a banda larga.
O pensador francês sugere que vivemos um segundo momento da Era do Vazio, em que “a busca da riqueza não tem nenhum objetivo senão excitar admiração ou inveja”. Nesse mundo ultracompetitivo, o Outro só faz sentido se viabilizar o sucesso do Eu. No igualmente sombrio e triunfante A Era do Vazio, Lipovetsky aproxima os conceitos de vacuidade e vaidade, vazio e Narciso: “Que outra imagem é melhor para significar a emergência de individualismo na sensibilidade psicológica, centrada sobre a realização emocional de si mesma, ávida de juventude, de esportes, de ritmo? (...) O neonarcisismo é psicologia pop: a expressão sem retoques, a prioridade do ato de comunicação sobre a natureza do comunicado, a indiferença em relação aos conteúdos, a assimilação lúdica do sentido, a comunicação sem finalidade e sem público, o remetente transformado em seu principal destinatário”.

Em uma imagem que resuma tudo: o meu elegante amigo observando-me superior por trás das lentes falsas, feliz da vida por enganar a si mesmo.

LIVROS O Império do Efêmero, Gilles Lipovetsky, Companhia das Letras A Era do Vazio, Gilles Lipovetsky, Manole

Você precisa estar no centro das atenções (médicas) se...
• Possui senso grandioso de autoimportância (espera ser reconhecido como superior sem que tenha feito ações à altura)
• Preocupa-se com fantasias de sucesso, poder, brilho, beleza ou amor ideal ilimitados
• Acredita que é “especial” e que só pode ser compreendido por outras pessoas especiais ou de status elevado
• Precisa de admiração excessiva
• Sente-se em posição de possuir direitos, ou seja, tem expectativas além do razoável de receber tratamento favorável ou de aceitação automática das suas expectativas
• Aproveita-se de relacionamentos interpessoais, isto é, manipula os demais para atingir seus próprios objetivos
• Não demonstra empatia, não tem disposição para reconhecer os sentimentos e as necessidades alheias ou identificar-se com isso
• Muitas vezes inveja os demais ou acredita que os outros o invejam
• D emonstra comportamentos ou atitudes arrogantes e insolentes
• Leu este teste observando-se ao espelho (brincadeira...)

Fonte: DSM-IV, Diagnostic and Statistic Manual of Mental Disorders,
©American Psychiatric Association

Fonte: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/084/grandes_temas/conteudo_503318.shtml

Ver comentários em: http://heronsilvapt.blogspot.com/2009/09/tudo-vaidade.html

Wednesday, September 30, 2009

Infraestrutura, Energia e Saude

"Com discrição germânica, a Siemens realiza a maior reorganização de seus negócios em seus 160 anos de história ...

... o grupo concentrou as atividades em três grandes áreas - infraestrutura, energia e saúde - e livrou-se do que agora é visto como "não-essencial", como o setor de telefonia móvel ...

'Estamos reorientando nosso portfólio hoje para manter a liderança mundial daqui a 30 anos' ... "


Fonte: http://www.valoronline.com.br/?impresso/empresas/95/5846638/a-revolucao-silenciosa-da-siemens

Tudo Vaidade

"Tem cada vez mais gente 'se achando' hoje. Por que necessitamos tanto da aprovação, do amor e até da inveja dos outros? (Você, que é tão gato e esperto, concorda?)

Assim abre a capa da revista Vida Simples de Outubro (http://heronsilvapt.blogspot.com/2009/10/era-do-to-me-achando.html). Na reportagem, começamos com o tema vaidade. Vanitas vanitatum, omnia vanitatum - Vaidade das vaidades, tudo é vaidadade - segundo o Eclesiastes. Alguns preferem traduzir Vaidade por Ilusão.

A causa das Crises atuais (somente financeira?) está neste comportamento?

Origens:
- Educação dos Pais
- Cultura de Celebridades
- Mídia
- Crédito Barato

O narcisismo virou epidemia como a obesidade? Estudos apontam que sim. O outro só tem valor quando agrega à minha auto-estima. "Daqui a alguns anos a loucura narcísica dará valor ao autofail ... abrirão inscrições para os Vaidosos Anônimos. Pode escrever.

Burca = Vaidade? (As mulheres ocidentais, por serem livres, perdem o apelo?) Na mesma linha, não querer dar entrevista ou se esconder das câmeras ou dos prêmios é uma forma de vaidade?

"A promoção das frivolidades só se pôde efetuar porque novas normas se impuseram, desqualificando o culto heróico de essência feudal e a moral cristã tradicional." Do novo, triunfa a "ideologia do prazer".

Lipovetsky diz que a busca dos valores individuais traz um fenômeno ainda mais estranho: "solidão em massa". "A era da moda consumada é inseparável da fratura na comunidade e do déficit de comunicação: as pessoas se queixam de não serem compreendidas ou ouvidas, de não saberem se exprimir" - uma festa de autistas que lembra um pouco uma rave impulsionada por ecstasy, ou uma sessão furibunda de Twitter movida a banda larga.

Livro citados:
Generation Me - Jean M. Twenge
(http://www.generationme.org/ ou http://www.amazon.com/Generation-Americans-Confident-Assertive-Entitled/dp/0743276981/ref=ntt_at_ep_dpt_2)

The Narcissism Epidemic by Jean M. Twenge
(http://www.narcissismepidemic.com/ ou http://www.amazon.com/Narcissism-Epidemic-Living-Age-Entitlement/dp/1416575987/ref=ntt_at_ep_dpt_1)


Império do Efêmero por Gilles Lipovetsky
(http://www.companhiadasletras.com.br/20anos/titulos_especificos.php3?cd=10120)


A Era do Vazio por Gilles Lipovetsky
(http://www.manole.com.br/cgi/supercart.exe/idSearch?ok=detalhes.htm&nothing=nada.htm&b=221&prod_id=117&store_friend=&depto=99)


Fonte: http://vidasimples.abril.com.br/ (Outubro 2009 / Edição 84): http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/084/grandes_temas/conteudo_503318.shtml




Friday, September 25, 2009

Taxi - Rio (*)

2000 -38788880 - 36222000
Ligue Taxi (24h) 21268787 25878787
Barra Amarelinho da - CC Visa 21210500
Barra 24478811 34481510 24735981
Botafogo Empresarial 25548568
Botafogo Macedo Sobrinho 39773074 34770336 78347967 (24h) 46*4014
Botafogo Mourisco Center 25354804 25353788 25381060
Botafogo Satamini Express (24h) 38720494 25674291
Centro Chile 21022288
Cooparioca 21581818
Coopataxi 32884343
Gávea 22940617
Gloria (24h) 25075672 25070163 25071786
Gloria Mototaxi 71057231
Leblon 3273-1000
Leblon Fadel (Cobal) 25129880 25405917 31816629
Leblon Service (24h) 25119029 22392285
Santa Teresa - Castelinho 22324445
Santaxi Santa Teresa 25025000 25025002 - 25021111 25173623
Vip Driver 39039317 78344891 78244691 24*16560 24*18575

Thursday, September 24, 2009

Um fosforo, uma bala de menta, uma xicara de cafe e um jornal

"Um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal: Estes quatro elementos fazem parte de uma das melhores histórias sobre atendimento que conhecemos.

Um homem estava dirigindo há horas e, cansado da estrada, resolveu procurar um hotel ou uma pousada para descansar. Em poucos minutos, avistou um letreiro luminoso com o nome: Hotel Venetia.

Quando chegou à recepção, o hall do hotel estava iluminado com luz suave. Atrás do balcão, uma moça de rosto alegre o saudou amavelmente: “- Bem-vindo ao Venetia!” Três minutos após essa saudação, o hóspede já se encontrava confortavelmente instalado no seu quarto e impressionado com os procedimentos: tudo muito rápido e prático.

No quarto, uma discreta opulência; uma cama, impecavelmente limpa, uma lareira, um fósforo apropriado em posição perfeitamente alinhada sobre a lareira, para ser riscado. Era demais! Aquele homem que queria um quarto apenas para passar a noite começou a pensar que estava com sorte.

Mudou de roupa para o jantar (a moça da recepção fizera o pedido no momento do registro). A refeição foi tão deliciosa, como tudo o que tinha experimentado, naquele local, até então. Assinou a conta e retornou para quarto. Fazia frio e ele estava ansioso pelo fogo da lareira. Qual não foi a sua surpresa! Alguém havia se antecipado a ele, pois havia um lindo fogo crepitante na lareira. A cama estava preparada, os travesseiros arrumados e uma bala de menta sobre cada um.. Que noite agradável aquela!

Na manhã seguinte, o hóspede acordou com um estranho borbulhar, vindo do banheiro. Saiu da cama para investigar. Simplesmente uma cafeteira ligada por um timer automático, estava preparando o seu café e, junto um cartão que dizia: “Sua marca predileta de café. Bom apetite!” Era mesmo! Como eles podiam saber desse detalhe? De repente, lembrou-se: no jantar perguntaram qual a sua marca preferida de café.

Em seguida, ele ouve um leve toque na porta. Ao abrir, havia um jornal. “Mas, como pode?! É o meu jornal! Como eles adivinharam?” Mais uma vez, lembrou-se de quando se registrou: a recepcionista Havia perguntado qual jornal ele preferia. O cliente deixou o hotel encantando. Feliz pela sorte de ter ficado num lugar tão acolhedor.

Mas, o que esse hotel fizera mesmo de especial? Apenas ofereceram um fósforo, uma bala de menta, uma xícara de café e um jornal. Nunca se falou tanto na relação empresa-cliente como nos dias de hoje. Milhões são gastos em planos mirabolantes de marketing e, no entanto, o cliente está cada vez mais insatisfeito mais desconfiado. Mudamos o layout das lojas, pintamos as prateleiras, trocamos as embalagens, mas esquecemos-nos das pessoas. O valor das pequenas coisas conta, e muito. A valorização do relacionamento com o cliente. Fazer com que ele perceba que é um parceiro importante!!!

Lembrando que: Esta mensagem vale também para nossas relações pessoais (namoro, amizade, família, casamento) enfim pensar no outro como ser humano é sempre uma satisfação para quem doa e para quem recebe. Seremos muito mais felizes, pois a verdadeira felicidade está nos gestos mais simples de nosso dia-a-dia que na maioria das vezes passam despercebidos."

Wednesday, September 23, 2009

Beleza

"A verdade da beleza de uma árvore florida
se esconde na feiúra de suas raízes."

Santo Agostinho

Saturday, September 19, 2009

Beleza

Quando o deveria se encontra com o ser, a própria beleza se faz sentido. Verdade magnética.

Eu Interior

Na busca do eu interior encontramos o tu.

Wednesday, September 16, 2009

Caminho das Índias - Final de Shankar e Opash

"... quero ensiná-lo apenas uma lição: o bem e o mal têm que estar sempre juntos para que um homem possa escolher, e o campo de batalha é aqui, a mente humana", diz Shankar a Opash.

Tuesday, September 15, 2009

Saudade, Tempo, Espaco

Email repassado:

"Escapou-me ontem, à noite, esta lamentação: acham-se no tempo e não no espaço, as caras paisagens. Verifiquei esse angustiante fenômeno quando, em 1924, fui à Vila pela última vez. O Borba já havia morrido, a fazenda passara a outras mãos e as velhas já aqui estavam com sua extravagante bagagem. [...]



Em vão busquei nas linhas, cores e aromas de cada objeto ou de cada perspectiva, que se apresentavam aos meus olhos, as linhas, cores e aromas de outros dias, já longínquos e mortos.

Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo que há morreu e que, ai de nós, se nos tornou interdito, desde que deixou de existir, como presente, e se arremessou para trás. Vila Caraíbas, a montanha, o rio, o buritizal, a fazenda, a gameleira solitária no monte – que viviam em mim, iluminados por um sol festivo de 1910, ou apenas esboçados por um luar inesquecível que caiu sobre as coisas, naquela noite de 1907 – ali já não estavam. Onde pretendi encontrar a alma das épocas idas, não encontrei senão pobres espectros. [...]



Não voltarei a Vila Caraíbas. As coisas não estão no espaço, leitor; as coisas estão é no tempo. Há nelas ilusória permanência de forma, que esconde uma desagregação constante, ainda que infinitesimal. Mas não me refiro à perda da matéria, no domínio físico, e quero apenas dizer-lhe que, assim como a matéria se esvai, algo se desprende da coisa, a cada instante: é o espírito cotidiano, que lhe configura a imagem no tempo, pois lhe foge, cada dia, para dar lugar a um novo espírito que dela emerge. Esse espírito sutil representa a coisa, no momento preciso em que com ela nos comunicamos. Em vão o procuramos depois: só veremos outro, que nos é estranho.



Na verdade, as coisas estão é no tempo, e o tempo está é dentro de nós. A essência das coisas, em certa manhã de abril, no ano de 1910, ou em determinada noite primaveril, doce, inesquecível noite, fugiu nas asas do tempo e só deveremos buscá-la na duração do nosso espírito.”



(Cyro dos Anjos, O Amanuense Belmiro, Ed. Globo, 2006, págs. 92 a 94)

Thursday, August 13, 2009

Democracia e Capitalismo

A Democracia e o Capitalismo são formas modernas para facilitam a troca de poder financeiro, econômico e político.

Monday, July 20, 2009

Homem

"O homem está condenado a agir".

Claro Como o Dia - Resumo do Livro

Claro Como o Dia - Como a Certeza da Morte Mudou Minha Vida
Eugene O'Kelly
Ed. Nova Fronteira


Pag. 102

... Claro que havia Momentos Perfeitos no um passado. O dia em que me casei com Corinne. O dia em que Gina nasceu. O dia em que me tornei sócio da empresa.

Mas quase todos foram previsíveis. Não nasceram do material corriqueiro de cotidiano. Talvez haja quem admire a perfeição dos pequenos momentos (sei que muitos o fazem), e a vida agitada e cheia de pressão que eu levava me impediu de curtir a beleza embutida neles.

Pag. 104

Mas lá estava eu. Irritado com celulares que faziam mil e uma coisas de que eu não precisava, e cujo manejo, para mim, já não era automático. Modo câmera e modo não câmera me confundiam. Não comprei um telefone para ter uma câmera. ... Só queria o telefone para ligar para alguém. Seria pedir muito? Os jovens eram capazes de polivalência, mas eu, não. Não mais. Me aborrecia pensar que os empresário americanos haviam se concentrado tão insistentemente no mercado jovem. Quero simplicidade, mais simplicidade. ... Senti que ali estava uma oportunidade mercadológica. Quisera eu que alguém a aproveitasse. Adotasse o "menos é mais", em beneficio dos que precisam de simplicidade.

Pag. 89

Resumindo, o exercício me forçou a fazer precisamente aquilo que os mais sábios de vez em quando no aconselham a fazer, ou seja, dar uma parda para pensar naqueles que amamos e por que os amamos e dizer a eles explicitamente como nos sentimos, pois quem sabe quando tal oportunidade nos será tirada para sempre?

Pag. 108

No entanto, aparentemente, a água era a minha via. Olhar par ela e ouvi-la me ajudava a aquietar a mente, o que contribuía para a minha concentração no momento presente - ou, mais precisamente, a minha mente era capaz de conduzir os meus pensamentos para o estado seguintes, fosse ele qual fosse. Talvez seja por este fato: porque a água, em sua fluidez e suavidade, parece transacional por natureza.

Todo dia eu tentava passar meia hora ou mais em um "estado alterado" de sensibilidade aguçada, com o auxilio do visual e do som da água, não exatamente no mundo físico, mas também não de todo fora dele. Sentia estar entre os dois. Em transição.

Pag. 110

Um rio liga um lugar a outro. Parece simplista, sei disso, mas um rio nada é se não servir de ligação. No entanto, não se trata apenas disso. A coisa pode ser mais complexa. Ele pode mudar seu curso.

Gostaria de poder explicar o que quero dizer, mas não posso.

Pag. 116

Talvez pela primeira vez percebesse que a coerência, uma característica que sempre prezei, nem sempre é uma virtude. A espontaneidade vinha, rapidamente, ganhando terreno. ... [123] a espontaneidade ... Era como se a perfeição quase sempre andasse de mãos dadas com o espontâneo. Vivi um dia perfeito com ... Não porque passei com mulher e filha, mas porque ele se desenrolou naturalmente. O que aconteceria se eu deixasse a espontaneidade desempenhar um papel maior na minha vida? Em qualquer parte dela? Será que teria sacrificado o sucesso no mundo empresarial, coisa que tanto prazer e satisfação me trouxe?

Pag. 117

Alguns por aí - não muitos, mas alguns - entendem que é preciso fazer uma poupança agora para que haja dinheiro bastante para mais tare na vida, quando irão precisar dele

Por que não começar a fazer isso agora com algo no mínimo - a sua alma?

...

Encerrar o relacionamento com amigos da vida inteira esgotou todas as possibilidades. Percebi que r mais fácil quando eles preenchiam uma ou, melhor ainda, ambas as condições seguintes: uma crença em Deus ou algum outro embasamento consistente, e um casamento ou laço afetivo muito solido.

Aos que não lidaram bem com a despedida faltavam as duas premissas.

Pag. 127

Para os que não entendem como os prazeres menores possam realmente superar os maiores, tenho um conselho: as tacadas brilhantes dão fama, as simples dão grana.