Wednesday, September 19, 2007

Línguas

As vezes nos perguntamos como se dão as evoluções lingüísticas. Por exemplo, por que em inglês o futuro é construído com o auxiliar "will" e no português existe um tempo verbal próprio?

Uma resposta é a origem do tempo futuro em português. Nessa língua, o futuro do presente e o futuro do pretérito são formados pela aglutinação do infinitivo do verbo com as formas reduzidas do verbo haver (no presente e no imperfeito do indicativo). Assim, amarei vem de amar + hei, e amaria vem de amar + hia (por havia). Com isso, tudo parece fazer mais nexo. A diferença primordial é que, em português (e em espanhol) houve essa aglutinação - talvez até devido ao auxiliar estar posposto ao verbo principal - enquanto em inglês permaneceu a construção antiga.

Essas diferenças nos ajudam a perceber o caráter evolutivo das línguas e como, no geral, elas começam bastante similares. Por razões culturais (por exemplo, um povo pode ter mais preferência pela aglutinação que o outro) ou conseqüências de uma escolha distinta (escolher, por exemplo, colocar o auxiliar antes ou após o verbo) as línguas tomam rumos totalmente distintos.

Dada a evolução constante das formas de comunicação, algumas escolhas subjetivas (como usar somente a palavra "dedo" em português e "finger / toe" em inglês), no longo prazo, podem tornar as semelhanças de hoje em algo totalmente distinto no futuro. Daí a importância da história.

Carpe Diem,

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