Dinheiro é um facilitador de trocas. Ao invés de trocar maças por TV, troca-se coisas por dinheiro. Mas dinheiro também é uma coisa. E troca-se dinheiro por dinheiro, no tempo.
Tudo que tem valor pode ser considerado capital (dinheiro), terra ou trabalho. A grande parte da população do planeta dispõe, basicamente, da oferta de sua mão-de-obra. Poucos podem usufruir de rendimentos por suas terras. Porém, uma boa parte pode se utilizar, ao menos em pequena escala, dos rendimentos de capital: os juros.
Uma vez com dinheiro (obtido pela venda de trabalho ou de outra forma) tem-se, em geral, duas opções: comprar ou poupar. Comprando, a pessoa obtem a utilidade de seu capital instantaneamente. Poupando, posterga-se a satisfação e, mais importante, abrem-se as portas para usufruir dos juros. Se dinheiro fosse banana, os juros seriam o preço da banana. Ou seja, deixando o seu dinheiro aplicado com juros, em algum tempo ele tende a valer proporcionalmente mais que no presente.
Dois problemas surgem: quanto poupar e como poupar. Na falta de uma bola de cristal, fica impossível saber se a utilidade (ou felicidade) de se gastar dez dinheiros agora é maior ou menor do que se gastar vinte dinheiros amanhã - uma conta que cada um, na sua particularidade, deve ser capaz de realizar. O como é, talvez, mais perturbador: sabendo que o melhor seria poupar, a tentação de gastar é ensurdecedora. Esse é o caso daqueles que somente conseguem poupar quando não existe o que poupar - pois já gastaram tudo. Talvez para esses, a infelicidade presente (ao se poupar) seja sempre infinitamente superior a qualquer felicidade futura.
Conhecendo a si mesmo, essas contas ficam cada vez mais fáceis e, com um pouco de treinamento, a utilidade de se gastar no futuro começa a render felicidade também no presente. O importante é nunca esquecer de computar o quanto vale o seu dinheiro: os juros!
Carpe Diem,
Tuesday, September 11, 2007
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment