Wednesday, September 12, 2007

O (Des) Emprego

Pode-se dividir as escolas econômicas em duas: clássicas e keynesianas. A primeira prega um estado minimalista enquanto a segunda aposta no poder da intervenção estatal. Por trás dessas correntes existe um detalhe crucial: o desemprego.

Os clássicos idolatram o mercado: em liberdade, os agentes econômicos são plenamente capazes de chegar a um equilíbrio ótimo. Ocorre o famoso encontro entre oferta e demanda onde, coeteris paribus (outras variáveis constantes), um aumento na oferta, com a mesma demanda, gera um redução dos preços; e vice-versa. Para essa escola, quanto menos o estado intervir, melhores as condições para o crescimento.

No outro lado, existem os seguidores de John Maynard Keynes, que defende a plena atuação estatal. Keynes elaborou sua teoria nos anos 1930, durante a grande depressão pós 1929. Como, nessa época, havia alto nível de desemprego e o mercado, sozinho, parecia incapaz de solucionar os problemas econômicos, o estado se tornava o grande salvador: ao aumentar o gasto estatal, a renda aumentaria, alavancando o crescimento. Por muito tempo tal foi, exatamente, a receita seguida pelos governantes.

As duas teorias são igualmente válidas, sendo unicamente o desemprego - tanto de mão-de-obra quanto de capacidade produtiva - quem irá determinar a escolha de uma ou de outra. Em pleno emprego, a intervenção estatal gera um aumento na demanda por produtos e serviços que não pode ser acompanhada por um aumento na produção: temos inflação sem aumento de renda. No caso do desemprego de recursos, um maior gasto estatal torna mais eficiente o uso da capacidade instalada, aumentando a renda nacional.

Como, na maior parte do tempo, os países se encontram em um patamar intermediário entre pleno emprego e desemprego recessivo, a solução é conjunta. Os governantes devem estimular o uso e a expansão da capacidade produtiva (investindo, principalmente, em infra-estrutura) e intervir minimamente em mercados onde existe equilíbrio entre oferta e demanda.

Carpe Diem,


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